terça-feira, 14 de abril de 2009

Futurismo

Fundado em 1909, na Itália, por Fillipo Tommaso Marinettim, o Futurismo, de acordo com seu líder, defende uma arte sincronizada com a “beleza da velocidade, ’as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta’”. Ainda nas palavras de Marinetti:


“Depois do reino animal, eis o inicio do reino mecânico. Com o conhecimento e a amizade da matéria, da qual os cientistas não poderão conhecer senão as reações físico-quimicas, nós preparamos a criação do homem mecânico de partes mutáveis. Nós o livramos da ideia da morte e, por conseguinte, da própria morte, suprema definição da inteligência lógica”.





Leia um fragmento de um dos principais manifestos do Futurismo:

“Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade [...] Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto mortal, a bofetada e o soco [...] a beleza da velocidade. [...] Nós queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destrutor dos anarquistas, as belas ideias que matam, e o menosprezo à mulher. [...]
É preciso destruir a sintaxe, dispondo dos substantivos ao acaso, como nascem [...]
Deve-se usar o verbo no infinito [...] Deve-se abolir o adjetivo [...] Deve-se abolir o advérbio [...] Assim como a velocidade aérea multiplicou o nosso conhecimento do mundo, a percepção por analogia torna-se sempre mais natural para o homem [...] é necessário fundir diretamente o objeto com a imagem que ele evoca [...] Abolir também a pontuação. [...] Destruir na literatura o “eu”, isto é, toda a psicologia”.

















Giacomo Balla

O pintor italiano durante a sua obra tentou endeusar os novos avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, sem chegar a uma total abstracção. Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático.



“Balla, em Automomóvel correndo, elimina a ‘figura’ do automóvel quase por inteiro. E entende-se: o automóvel é feito para a velocidade, suas formas já são forams dinâmicas, que se ligam a dinâmica do espaço, como a forma do peixe as correntes d’água.”

Cubismo


"Les demoiselles d'Avignon" (Pablo Picasso - 1907)

Estilo de pintura e colagem surgido em Paris, no início do século XX. Foi o primeiro grande movimento do século. Baseado no trabalho de Cézane, o cubismo rejeitava o tradicional ponto de vista único em favor de composições mais complexas, com vários planos. Em sua forma mais pura, os temas se restringiam às naturezas-mortas e as cores eram esmaecidas. Era o reconhecimento da arte africana e suas possibilidades para renovar a arte ocidental. Artistas: Picasso, Jorge Braque, Robert Delaunay.



Pablo Picasso na pintura e Guilhaume Apollinaire na literatura são os principais representantes do Cubismo, que nasce e se afirma na França entre 1907 e 1914.
Para compreendermos a essência dessa vanguarda, em sua proposta de fragmentação da realidade vamos ler trechos de um trabalho em que o autor se refere especificamente ao Cubismo pictórico e ao Cubismo literário.









"Por que não ser coerente e aceitar o fato de que nosso objetivo real é construir algo, em vez de copiar algo? Se pensarmos num objeto, digamos, um violino, ele não se apresenta ao olho da nossa mente tal como o vemos com os olhos do nosso corpo. Podemos pensar, e de fato pensamos em seus vários aspectos ao mesmo tempo. Alguns deles destacam-se com tanta clareza que sentimos poder tocá-los e manipulá-los. E, no entanto, essa estranha mistura de imagens representa mais o violino 'real' do que qualquer instântaneo ou pintura meticulosa poderia jamais conter."





“Nesse ambiente, poetas e pintores partilhavam um ideal comum de renovação artística: os poetas assimilando as técnicas pictóricas, os pintores se apoiando nas ideias filosóficas e poéticas. Isso concorreria para que o termo cubista, inicialmente aplicado à pintura, passasse também a designar um tipo de poesia em que a realidade era também fracionada e expressa através de planos superpostos e simultâneos. Mas é inegável que a pessoa que motivou a reunião da pintura e poesia sob uma mesma designação foi Apollinaire, em torno de cujas ideias os pintores desenvolveram as suas concepções de decomposição da realidade em figuras geométricas.”

Dadaísmo

“Ser dadá é ser antidadá”, “a arte não é séria, eu lhes asseguro” e “nós escarramos na humanidade” são alguns dos slogans antológicos do Dadaísmo.



Considerado o mais radical e demolidor dos movimentos de vanguarda, o Dadaísmo se faz presente no cenário artístico europeu de 1916 a 1921, tendo Tristan Tzara como o seu mais importante defensor, no campo da literatura.

Características principais do dadaísmo:


- Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro de um contexto artístico;
- Irreverência artística;
- Combate às formas de arte institucionalizadas;
- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;
- Ênfase no absurdo e nos temas e conteúdos sem lógica;
- Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano, sons, fotografias, poesias, músicas, jornais, etc.) na composição das obras de artes plásticas; - Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação
aos acontecimentos políticos do mundo.

Imagem



Marcel Duchamp

foi um pintor e escultor francês (cidadão americano a partir de 1955), inventor dos ready made.





“Dadá é o dilúvio após o que tudo recomeça.” (André Gide)
“Para os dadaístas [...] não havia passado, nem futuro: o que havia era a guerra, o nada; e a única coisa que restava ao artista era produzir uma antiarte, uma antiliteratura: ‘Dadá não significa nada’,’a obra não tem causa nem teoria’ e ‘Eu estou contra os sistemas; o mais aceitável dos sistemas é o de não ter princípio algum’ [...]. Dentro de tais declarações, a obra dadaísta passa a caracterizar-se pela improvisação, pela desordem, pela dúvida, pelo predomínio da percepção, pelo agnosticionismo e pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, tanto na forma quanto na homogeneidade de ideias e sentimentos.”

Surrealismo






O surreal, isto é, o que subjaz à noção de “real” até então conhecida, acrescenta à razão a imaginação, o sonho e a fantasia criadora do inconsciente, desvendada em seus mistérios mais profundos pela psicanálise de Freud, que influenciou fortemente o movimento.












Nas palavras de André Breton: “Creio na resolução futura desses dois estados, aparentemente tão contraditórios, tais sejam o sonho e a realidade, em uma espécie de realidade absoluta, de superrealidade, se assim se pode chamar”.






Salvador Dali

conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica.conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica.


















Leia alguns trechos de manifestos do Surrealismo:

“Não será o temor da loucura que nos forçará a hastear bandeira da imaginação a meio pau. [...]”
“Surrealismo: automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a exprimir seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral. [...]”
“O Surrealismo assenta na crença da realidade superior de certas formas de associação, negligenciadas até aqui, no sonho todo poderoso, no jogo desinteressado do pensamento. Tende a arruinar definitivamente todos os outros mecanismos psíquicos e a substituir-se a eles na solução dos principais problemas da vida. [...]”
“Mandem trazer comigo algo com que escrever, depois de se haverem estabelecido em um lugar tão favorável quanto possível à concentração do espírito sobre si mesmo. Ponham-se no estado mais passivo, ou receptivo que puderem. Façam abstração de seu gênio, de seus talentos e dos de todos os outros. Digam a si mesmos que a literatura é um dos mais tristes caminhos que levam a tudo. Escrevam depressa, sem um assunto preconcebido, bastante depressa para não conterem e não serem tentados a reler. A primeira frase virá sozinha. [...]”

Expressionismo

O Expressionismo surge de um desdobramento do pós-impressionismo, recebendo influências de uma série de artistas pertencentes a este período, como o holandês Van Gogh e o norueguês Edvard Munch. Encontra ligações também com certas manifestações do art noveau e do simbolismo.






Como o interesse do movimento é projetar uma reflexão subjetiva, é comum o retrato de seres humanos solitários e sofredores, onde a intenção é de captar estados mentais, que podem ser vistos em vários quadros de personagens deformadas. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
É a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão e à miséria humana.



Caracteristícas Gerais na Pintura



Grandes manchas de cor intensas e contrastantes, aplicadas livremente sem respeito pelo real;
Temas pesados com fortes preocupações psicológicas (angústia, sofrimento, etc.);
Desenho simplificado;
Distorção intencional das imagens com o objectivo de obter expressividade;
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.




O Grito

Há um relato de voz naquela voz,

tão retorcida voz, toda ela espanto.

O corpo que é voz tem um esgar

que deixa de ser corpo e é só voz.

Se munch se dissesse, rediria

a voz candente, noite de gravura,

que é gravura e voz que firma a tela.

Intensos tão meandros destes traços

que num itálico do grito a fala sente

o homem ser só grito, sem mais homem.





"A Angústia" (Edward Munch)
aparentemente o contrário do impressionismo. Surgiu no início do século XX com surpreendentes combinações de cores retratando experiências pessoais e angustiantes dos artistas. Artistas: na escultura Ernst Barlach e Kate Kollwitz e na pintura Edward Munch, Oskar Kokoshka.